Universidade de São José está hoje melhor preparada
José Manuel Simões, coordenador do Departamento de Comunicação e Média da Universidade de São José, diz que o sucesso com que a USJ adoptou as práticas e os códigos do ensino à distância, em Março de 2020, dotou a instituição de uma capacidade de reacção incomparável. «No início desta problemática, em Março do ano passado, adaptámo-nos rapidamente. Nessa altura, conseguimos adaptar-nos e fomos responsáveis por uma experiência pioneira. Fomos a primeira Universidade que rapidamente deu resposta a essa novidade de entrarmos online», recorda o docente e antigo jornalista de títulos como o Correio da Manhãe o Hoje Macau. «Os nossos alunos, à época, praticamente não ficaram sem aulas, porque entrámos logo neste registo. Tivemos essa experiência anterior que nos dá alguma capacidade de reacção e de resposta a esta situação menos regular que temos estado a viver. O maior problema é que não se trata de uma situação definitiva, é algo que se vai alterando», defende o académico.
A exemplo do que sucedeu com as demais instituições de ensino do território, a Universidade de São José suspendeu há dias as aulas presenciais e reinstitui o ensino à distância na sequência da descoberta de um surto comunitário do novo coronavírus. A transição para um ambiente digital, garante o professor, fez-se sem percalços, ainda que a abordagem pedagógica numa sala de aula virtual exija empenho e adaptabilidade tanto a professores, como a alunos. «A experiência, em si, requer alguma capacidade de adaptação. Da parte dos professores, sobretudo daqueles que têm uma tendência para dar aulas mais teóricas, há a necessidade de criar interacção. No nosso caso concreto, as nossas aulas são de duas horas e 45 minutos e, mesmo com um intervalo, um professor não pode debitar matéria durante todo esse tempo. É algo que não funciona», sustenta José Manuel Simões.
No caso da Universidade de São José, a maioria dos professores optou por ministrar as aulas online a partir do campus da instituição. A transição para um ambiente de ensino digital decorreu sem problemas, mas para o docente e antigo jornalista nada se compara às aulas presenciais. «O ano lectivo tem decorrido sem grandes problemas, pese embora a falta da componente humana e das várias componentes da comunicação, nomeadamente da comunicação não-verbal. O contacto humano, ao nível do relacionamento, faz imensa falta. Nada retira a importância das aulas presenciais», assume.
Os cursos de Comunicação e Média da USJ não estão entre os programas académicos que foram contemplados com a possibilidade de poderem vir a recrutar alunos da China continental, mas José Manuel Simões desvaloriza: «Somos um dos cursos maiores da Universidade. Temos 22 alunos do primeiro ano, o que para nós, do ponto de vista comparativo com outros cursos, é excepcional. E temos dezoito alunos de mestrado. Num momento em que a Universidade tem tido alguma dificuldade para recrutar alunos para todos os cursos, o nosso continua com saúde».
M.C.